quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Festa dos Ladrões

DOIS ORDENADOS?...

Pagos por nós, pobres contribuintes!
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mais gatunagem…com as leis “à medida” dos colarinhos brancos, feitas pela deputaria “boy”, a mando dos “chefes”, é vê-los a enricar… e a gente a pagar. Continuamos a caminho… a luta continua… eheheheh

Mário Lopes

----------Data: 26 de Dezembro de 2010 17:23
Assunto: Dois ordenados...

Isto já não vai à bala tem que ser a tiro de canhão……

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Presidente dos CTT recebia dois ordenados

23 de Dezembro, 2010 - Por Graça Rosendo

A descoberta foi feita pela Inspecção-Geral de Finanças numa auditoria já enviada à Procuradoria-Geral da República.

O Presidente do Conselho de Administração dos CTT, Estanislau Mata da Costa - que se demitiu no final do mês passado, sem ter terminado o mandato - recebeu, durante cerca de dois anos, dois vencimentos em simultâneo: um pelo cargo nesta empresa, de cerca de 15 mil euros, e outro correspondente às suas anteriores funções na PT, de 23 mil euros. E isto apesar de ter suspendido o vínculo laboral com a PT.
A descoberta foi feita pela Inspecção-Geral de Finanças (IGF), na sequência de uma auditoria realizada após denúncias da comissão de trabalhadores dos CTT sobre actos de alegada má gestão na empresa. Segundo soube o SOL, o Conselho de Administração da empresa terá recebido o relatório preliminar desta auditoria no dia 29. A demissão de Mata da Costa foi anunciada no dia seguinte e justificada pelo próprio com «razões exclusivamente do foro pessoal e familiar».
A IGF classifica esta acumulação de vencimentos por parte de Mata da Costa - num valor mensal de cerca de 40 mil euros (ao todo, um milhão e 575,6 mil euros recebidos entre Junho de 2005 e Agosto de 2007) - como «eticamente reprovável, ainda que possível do ponto de vista legal». Ainda assim, a IGF decidiu encaminhar o caso para a Procuradoria-Geral da República, por ter «dúvidas quanto à legalidade» da situação.

Segundo o relatório preliminar da IGF, a que o SOL teve acesso, Mata da Costa, que era quadro da PT, foi nomeado para presidir aos CTT em Junho de 2005. Mas, em vez de se desligar desta empresa, fez um acordo de «suspensão do contrato de trabalho, embora estranhamente sem perda de remuneração».

graca.rosendo@sol.pt

Não há cadeia para estes ladrões ? !...


Hoje mesmo, véspera do Fim de Ano, para festejarmos com mais vontade a avalanche de crimes dos malfeitores instalados nas gamelas do Estado, a Televisão acaba de informar que o Ministério das Finanças publicou em Diário da República a PROMOÇÃO de todos os quadros de chefia (diga-se boys), com efeitos a 1 de Janeiro de 2010, na Segurança Social.
Ora aqui temos mais uma boa acção em prol dos probrezinhos que iam sofrer um corte nos salários, por aplicação do Orçamento para 2011! Em vez de sofrerem redução de salários, são aumentados desmesuradamente!
Com esta ladroagem sem vergonha, os portugueses não conseguem fugir ao abismo. Até quando o descaramento impúdico desta gentalha que nos atrapalha a vida?
Sem mais, Joaquim Coelho

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

TEMPO DE BOAS FESTAS

Com esperança e com acções acertadas temos que acreditar num mundo melhor. Aos amigos deste espaço deixo os Votos de BOAS FESTAS e saúde para festejar.




... BOAS FESTAS
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Que o Natal faça renascer a esperança
E a meditação traga um novo impulso,
Para que das guerras nasça a bonança
E cada beligerante assine com o seu pulso
As tréguas que mais ambicionamos…
Em vez dos cantos fúnebres e chorosos
Saudemos aqueles que mais amamos
Oferecendo presentes simples e vistosos.

Joaquim Coelho

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A CRISE DOS VALORES


Mesmo festejando o NATAL, festa da família, devemos procurar entender para agir e evitar o colapso!

O SUICÍDIO DOS DIREITOS E A PRODUTIVIDADE

Com a galopante perda de direitos fundamentais à liberdade e à vida saudável, os seres humanos estão em vias de perderem os valores mais sagrados da existência humana: privacidade, vida familiar, harmonia social, direito a decidir segundo as suas convicções, direito à saúde, direito a consumir produtos saudáveis. E quem está a usurpar todos esses direitos? São as multinacionais e as grandes empresas que, espalhando os seus tentáculos por todos os locais onde podem assaltar os cidadãos, estrangulam a economia regional em prol da economia global, desarticulando o mercado de trabalho. À custa do desemprego e do flagelo da miséria que se instala na sociedade, a prática dessas empresas é a busca do lucro a qualquer preço, mesmo que seja atentar contra os mais elementares direitos dos cidadãos: o direito à vida com um mínimo de dignidade. É uma autêntica falácia espalhar a ideia de que facilitando os despedimentos se fomenta o emprego! Então não contam com o fomento da produtividade? Esse argumento falacioso serve apenas as empresas fantasma que vivem à custa do erário público ou que pertencem ao grupo parasitário das subsídio-dependentes, sem perspectivas de futuro. As empresas a sério procuram estabilidade, o bem-estar dos seus colaboradores e produzir com qualidade para serem rentáveis.
É estranho como os quadros mais inteligentes e estrategas da sociologia não ousam entender o fenómeno da falta de produtividade! Está devidamente provado (pelos psicólogos, sociólogos e psiquiatras) que a instabilidade no trabalho é o maior inimigo da produtividade; a generalidade dos trabalhadores bem compensados e com ligações à empresa com perspectivas de futuro rendem mais cerca de 40% do que os que vivem situações de trabalho precário e com futuro incerto; a precariedade, além do nefasto retrocesso no desempenho, provoca sérios problemas de saúde mental – segundo um estudo da Universidade Nacional Australiana. Nos anos 90, fiz parte da gestão de pessoal em três grandes obras na Alemanha, onde dirigi cerca de 430 trabalhadores (alemães e portugueses); depois de uma pequena reestruturação nas equipas de trabalho e um acerto de salários na ordem de 3%, melhoria das instalações de habitação e transportes da empresa, nos meses seguintes tivemos um aumento de produção na ordem de 20%.
O sucesso das empresas está no aproveitamento racional e humano do potencial dos seus trabalhadores; enquanto os empresários portugueses não entenderem que o seu capital principal está no desempenho dos trabalhadores, jamais conseguirão sair do marasmo e da dependência subsidiária.
Depois temos aquele tipo de empresas multinacionais que se instalaram em Portugal no tempo da mão-de-obra barata; as deslocalizações das fábricas para países onde impera o trabalho sem regras nem direitos está a provocar uma onde de choque nas economias com efeitos catastróficos na vida das populações mais pobres – ainda há muitos governos ditos democráticos a fechar os olhos a esse fenómeno de escravatura moderna. O problema é tão grave e dramático que nem os governos socialmente mais democráticos conseguem travar o nefasto efeito destruidor das bases da democracia numa sociedade justa e socialmente estável.
Sabendo-se que os bens naturais não pertencem às multinacionais, que vivem na ganância do roubo e da pirataria, as pessoas não podem continuar a ser espoliadas sem que haja consequências. Com o agudizar das injustiças sociais, as convulsões serão cada vez mais graves e os efeitos irreparáveis. Depois da actual competição social, onde os valores básicos do convívio humano estão a ser destruídos, só poderemos esperar o agravamento das condições de vida em comunidade até à chegada da barbárie global.
NOTA: palavra corrigida (instabilidade) no 2º parágrafo.

Joaquim Coelho
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ABUSOS de PODER

Há decisões políticas que são absurdos abusos de poder... mesmo festejando o Natal da família, devemos protestar.

HAJA RESPEITO
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A decisão dos governantes em cobrar mais portagens nas vias fundamentais para ligações com o interior do país, a redução de locais de atendimento de casos urgentes de saúde, bem como a decisão de fecharem mais umas centenas de escolas, sem que tenham criado condições de dialogo e de mudança no respeito dos interesses das populações atingidas, é mais uma afronta aos cidadãos que tentam levar a vida respeitando as regras do equilíbrio entre os deveres e os direitos consignados na Constituição. As decisões avulsas quanto à educação, saúde e justiça, de tão disparatadas e desconexas, são um factor de grave perturbação na vida dos portugueses. Os decisores e os fazedores de leis são um constante factor de instabilidade, por estarem tão longe da realidade da sociedade que humilham com normas e leis sem qualquer nexo de funcionalidade.
É nesta atmosfera de preocupação que se movimentam algumas resistências que, ancoradas na razão ética e na decência, reforçam a ideia da indignação e dos protestos que estão a ganhar força numa dinâmica irresistível que pode conduzir alguns mais corajosos para a acção directa contra os poderes da arrogância instalada nos gabinetes ministeriais. Nunca como nestes tempos se mexeu tanto com a vida das pessoas. São os constantes cortes nos direitos consignados em acordos e tratados devidamente legais, fazendo tábua rasa das expectativas criadas no âmbito da reforma e da saúde. São os atropelos às leis do trabalho, fazendo dos desempregados uma brigada de coitadinhos à míngua do trabalho escravo. A verdade é que a indiferença e a falta de equidade dos decisores perante os que discordam começa a ser odiosa e pode levar à desobediência civil generalizada. Estamos à mercê dos gangs da ladroagem instituída na administração pública; independentemente da justeza ou abuso de autoridade contra os cidadãos, a imposição do pagamento nas SCUTs é mais um caso de flagrante desorganização encapotada para sacar mais uns milhares de euros aos utentes dessas vias, nenhum dos organismos com competência para “vender” os ditos “chips” ou “via verde” tiveram o cuidado de providenciar condições para satisfazer todos os pedidos em tempo útil; vai daí, para quem tem de percorrer um ou dois quilómetros com controlo a pagar, além do custo inerente ao percurso paga mais a “despesa administrativa” só porque o utente não tem o tal “chip”, o qual já o pediu há mais de dois meses. Acontece que em determinados casos, o custo administrativo é cerca de 60% do custo total da passagem no controlo, em muitos milhares de casos os concessionários engordam.
Não são só as SCUTs portajadas, nem as escolas e centros de saúde que fecham, nem os dinheiros do QREN que se evaporam, nem os grandes eventos despesistas; são muitos os sinais de evidente descriminação e abuso que os poderes públicos lideram na sociedade portuguesa, tendencialmente humilhantes para a pacatez da vida dos cidadãos que pagam os seus impostos.
Joaquim Coelho
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A CRISE e o Monstro Invisível

Eu não acredito em bruxas, mas...

O CIRCULO DIABÓLICO

Quando paramos umas horas para observar o que se passa com esse “monstro invisível” dos mercados ficamos baralhados com as embrulhadas causadas pelas “bolsas financeiras”. Se reflectirmos calmamente, percebemos os contornos da engrenagem que está montada à volta desses “mercados” e que tipo de gente negoceia, controla, especula, ganha rios de dinheiro e vive nas catacumbas da criminalidade.
Começando pelas empresas “cotadas na bolsa”: há empresas cuja produção de bens transaccionáveis dão lucro e mantêm uma situação financeira e de património estabilizada; o mal está na grande maioria das empresas tecnicamente falidas, sem grande património e geridas por mafiosos aliados aos especuladores profissionais; piores do que estas são as empresas com sedes em “ofshores”, sem qualquer espécie de controlo sobre os seus bens ou património que, além de permitirem o encobrimento de negócios fraudulentos, servem de plataforma para a lavagem de dinheiro das organizações de droga, contrabando de armamento e exploração de pessoas.
Depois, temos os bancos com sede nos “paraísos fiscais” ou “ofshores” para onde são transferidos os ganhos fraudulentos dos tais negócios e lucros especulativos com as transacções nas “bolsas”. E como é que jogam estes mercenários do mundo financeiro? Existem diversos “lóbis” organizados com “gestores” dentro das “bolsas”; quando pretendem sacar lucros numa determinada empresa, lançam uma onda de choque especulativo de modo a baixar drasticamente o preço das respectivas acções; dão ordem de compra aos seus “gestores” e adquirem grandes quantidades de acções; entretanto, os mesmos especuladores fazem subir artificialmente os lucros de outras empresas, colocando à venda as suas acções e usufruindo desses lucros; voltam a fazer o mesmo com as empresas onde tempos antes adquiriram a baixo preço títulos e acções, que colocam à venda e voltam a ganhar fabulosas quantias. Assim, continuam nos “mercados” especulando e ganhando sempre até ao dia em que percebem que as ditas empresas não têm mais condições para “espremer”, porque tecnicamente estão falidas ou à porta da insolvência. Aí rebenta a “bolha” e os mercados financeiros deixam um rasto de pobres investidores na ruína, porque jogaram o pouco dinheiro nos bancos que geriam as suas poupanças e perderam tudo! Quem ficou com o dinheiro foram os tubarões dos negócios fraudulentos das engenharias financeiras, os quais retiram para as catacumbas onde vivem bem com o “monstro invisível” dos mercados financeiros.
Após assentar a poeira resultante do terramoto que abala toda a economia mundial, esse “monstro invisível” volta a atacar as economias mais frágeis e exigem juros altíssimos para “ajudar” a recuperar da crise! Percebemos que a razão da exigência de juros altos permite-lhes sacar mais uns milhões à conta dos pobres e assegurarem o dinheiro que emprestaram, sabendo que não está garantido o reembolso total.
Então quem é que contribui para toda esta engrenagem especulativa? Comecemos pelos gestores das grandes empresas cotadas em “bolsa”: assessorados por especialistas na fuga ao fisco e na especulação económica, elaboram relatórios de contas com demonstração de “lucros” mentirosos, recebendo chorudas percentagens sobre esses “falsos” lucros e alimentando a especulação dos mais poderosos accionistas em bolsa. A seguir temos os lobistas e informadores infiltrados nas “bolsas”, ao serviço dos especuladores, para divulgarem falsas notícias sobre negócios, fusões ou aquisições, factores que mexem com os preços das acções e títulos das empresas onde pretendem investir ou desinvestir. Ora aí temos algumas das razões da crise! O dinheiro não se evaporou, está bem guardado à espera de melhores negócios.
Agora, perguntamos nós, porque é que os governantes não acabam com os “ofshores” ou “paraísos fiscais”? Porque é que não levam à justiça todos os especuladores e informadores que manobram fraudulentamente os mercados financeiros e a gestão das empresas? Porque é que os governos mantêm a confiança nos gestores que determinam as suas próprias mordomias e remunerações escandalosamente altas? Os gangs de ladrões sabem encobrir-se mutuamente, em caso de perigo para a sua comunidade de interesses. Só que as coisas estão a ficar complicadas, porque o poderio de alguns desses gangs ultrapassa o poder dos Estados, até ao dia em que os pobres e humilhados se revoltarem.
Joaquim Coelho

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Políticos Sem Classe

O ESTADO AFUNDADO

Estamos num tempo em que os poderes públicos estão nas mãos de fanáticos oportunistas e trapaceiros que nem se dão ao cuidado de disfarçar os seus verdadeiros propósitos de assalto aos dinheiros do Estado. Sob a capa de eleitos políticos, praticam os mais sórdidos actos de pirataria e envolvem-se nas mais sofisticadas engrenagens do crime e da corrupção. É tamanha a vontade de desmantelar os pilares dos valores éticos e os meios de fiscalização que nem se dão conta da vigilância popular. Os apetites devoradores da sociedade de direito cega-os de tal maneira que nem se apercebem que se estão a afundar no reino da estupidez do bacoco deslumbramento das ideias patéticas que vão aniquilando os alicerces da sociedade com direitos e deveres.
Estamos num tempo em que temos dificuldade em saber onde acaba a devassa dos bens públicos e começa o assalto despudorado dos parasitas com poder na gestão das coisas públicas. O desastre das políticas dos últimos anos conduz o país para a miséria e atira muitos milhares de famílias para situações angustiantes e perigosas no âmbito da saúde mental. Estamos fartos dos vilões que se instalaram na política só para roubar e delapidar o erário público. O dinheiro descontado para a Segurança Social destinado à capitalização e garantia de pensões de reforma dignas também foi mal gasto e deixou muita gente com o futuro incerto.
Começa a tornar-se perigoso o raciocínio com sentido crítico e livre, como forma de oposição firme contra os desmandos da política agressiva e cega contra os contribuintes que suportam as contas públicas. A persistência na política desagregadora dos princípios básicos duma sociedade organizada para garantir a melhoria da vida dos cidadãos, bem como o esbanjamento dos recursos financeiros em empresas e instituições inúteis à organização do Estado, tem conduzido o país ao desmantelamento dos meios de produção e de bens exportáveis, retirando o ganha pão a muitos milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo que as instituições sociais deixam de garantir os meios de sobrevivência aos que descontaram anos e anos na perspectiva de terem uma velhice mais sossegada e feliz.
No caminho que as coisas apontam, o futuro apresenta-se muito sombrio para muitos milhões de bons portugueses.

Joaquim Coelho, contribuinte desde 1953
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Na Mama - Imigrantes


PURA VERDADE - Tudo na Mama

Um Imigrante em Portugal:

Um angolano chega a Portugal, Lisboa.
No seu primeiro dia, decide sair e ver os arredores da nova cidade.
Andando rua abaixo em Lisboa, para a primeira pessoa que vê, diz:
-"Obrigado senhor português, por permitir-me estar neste país, onde me deram casa e comida grátis, seguro, médico e educação grátis, obrigado."


A pessoa sorri e reponde:
-"Sinto muito, mas eu sou ucraniano."

O angolano continua rua abaixo e encontra outro que caminhava na sua direcção e diz:
-"Senhor português, obrigado por este país tão belo que é Portugal."

A pessoa responde:
-"Sinto muito, mas eu não sou português, sou brasileiro."

O angolano continua o seu caminho e a pessoa seguinte que vê na rua, cumprimenta-a e diz:
-"Obrigado por este país tão belo, que é Portugal."

A pessoa após o cumprimentar diz:
-"Muito bem, mas eu não sou português, sou marroquino."

O angolano continua o seu caminho e finalmente vê uma senhora morena e mais ou menos bem vestida que vem na sua direcção e pergunta:
-"Você é portuguesa?"

A mulher sorri e diz:
-"Não, sou cigana e sou romena."

Estranho e confuso o angolano pergunta:
-"Mas onde estão os portugueses?"

A cigana olha-o de cima a baixo e diz:
-"Estão a trabalhar, para nos sustentar."


Com os cumprimentos do Luis Miguel Martins
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Justiça Afundada



ÉTICA! Qual ética?

A mestria demonstrada na protecção dos prevaricadores envolvidos em processos de alta corrupção não tem paralelo na história da magistratura portuguesa. O que é que faz com que uma magistrada investida de poderes extraordinários utilize o seu cargo para servir de testa de ferro na defesa dos corruptos que usam a política como trampolim para os mais chorudos negócios fraudulentos.
Depois do comunicado hilariante da Candinha a desculpar os protagonistas do relacionamento amoroso duma procuradora que investigou os negócios do amante, só faltava a derrocada das investigações do Freeport para percebermos o lamaçal em que chafurdam tais individualidades. São tantos os casos de total incapacidade para desempenhar tais cargos, que mais parece estarmos perante um estúdio de filmes de ficção policial. A nulidade do “rigor profissional e ético” está presente nos factos que arrasam a idoneidade deontológica dos protagonistas magistrados. É tempo de limpeza das Instituições nobres da Nação, porque não há mais desculpas para tanta incompetência e promiscuidade de gente bem colocada e muito bem paga pelos impostos que pagamos.

Os queixumes entre procuradores, magistrados e Procurador-mor são mais um vergonhoso episódio da vagabundagem que come o orçamento do Estado e mais parece o coro das carpideiras no funeral da justiça portuguesa.
Sempre que há corruptos tem de haver corruptores. Demasiados os casos nebulosos em que estão indiciadas importantes figuras públicas levam-nos a descortinar os contornos da guerra entre associações secretas que jogam os seus poderes nas catacumbas. A autoridade do Estado está de tal forma debilitada e desacreditada por causa dos tais poderes ocultos que corremos o risco da instabilidade entre os órgãos do estado impedir a reconstrução da sociedade, reabilitar a confiança dos cidadãos e ganhar a guerra contra o aniquilamento dos últimos valores da Nação – solidariedade para vencer a pobreza.


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quarta-feira, 28 de julho de 2010

O ESTADO DA NAÇÃO

OS PERIGOS DA TIRANIA

As democracias são, tendencialmente, o suporte que garante a liberdade e valoriza a dimensão individual das pessoas. Mas os mecanismos urdidos pelos agentes da política caracterizam-se por uma manipulação sistemática dos direitos e liberdades fundamentais numa verdadeira sociedade democrática.
A maneira mais eficaz para levar os indivíduos à dependência e à servidão é criar mecanismos na sociedade que desresponsabilizem as pessoas de participarem no colectivo dessa sociedade. Há uma onde de regras geradas pelos políticos para facilitarem a vida aos preguiçosos e induzir os cidadãos a acreditarem que a vida se fundamenta no menor esforço e melhor proveito. Cada vez são mais os que deixaram de acreditar e os que vão engrossar o grupo dos irresponsáveis, que procuram viver segundo a lei do menor esforço. Os arautos desta forma de facilitismo sabem que a ignorância, a ociosidade e a burrice lhes garante uma brigada de miseráveis dependentes prontos a aceitar a humilhação e a obediência cega. Depois de domados, deixam de incomodar e de protestar!
Quando as pessoas são despojadas dos seus valores morais e éticos, desprovidas de livre arbítrio, o seu raciocínio é anulado e a liberdade individual pura e simplesmente foi eliminada. A destruição sistemática dos valores e das referências basilares da sociedade, os desequilíbrios sociais e a corrupção tendem a facilitar a vida aos egoístas e, consequentemente, criar fundamentalismos sem regras nem limites para atingir os fins.
É isso que os sistemas políticos actuais pretendem, para melhor dominarem os cidadãos que os elegem. Depois de gerarem o sentimento de impunidade, têm campo aberto para a tirania e para a repressão.
Perdidos os valores básicos que balizam uma sociedade bem estruturada no sentido da responsabilidade colectiva e da solidariedade social, fica o sentimento de que não há moral nem ética formal que resista à hegemonia das políticas coercivas e dominantes.
A proliferação de redes sociais, de fácil adesão na Internet, é um aliado dessas políticas de alienação massiva de pessoas, um caminho perigoso para desequilibrar o conceito de sociedade solidária. A tendência para criar muitos amigos virtuais, em todo o mundo, começa a iludir as pessoas na ideia de que essa rede social é sustentável como pertença a um grupo coeso e capaz de actuar nos momentos de solidão ou de carência de apoio. A realidade é que nunca devemos deixar de pensar que a solidariedade real só pode vir das pessoas que nos são próximas e queridas, que comungam dos nossos desejos, tristezas e alegrias. Enfim, que fazem parte de nós e comunicam connosco assiduamente.
É fundamental distinguir entre um meio de entretenimento na Internet, com grandes limitações em termos de conhecimento e convívio pessoal e o conceito da partilha de emoções e práticas sociais de grupos de proximidade. Se não soubermos usar os instrumentos para aperfeiçoar os nossos conhecimentos e valorizar o nosso raciocínio no sentido da afirmação individual, estará em risco a liberdade e de pouco nos vale reagir quando estivermos reféns dos tiranos.
Quando os políticos não respeitam os cidadãos que os elegem e pagam os impostos que lhes proporcionam abusivos proventos, é chegado o momento do protesto e da revolta concertada, única maneira de correr com os prevaricadores. As acções concertadas só são possíveis na convergência de ideias e tarefas organizadas em grupos.
Vejam o vídeo e pensem como é possível esta gente governar Portugal!
Joaquim Coelho- Temas de reflexão
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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Aprendiz na Corrupção


O APRENDIZ na CORRUPÇÃO
– Como um licenciado bem integrado na máquina de um partido, em pouco mais de dois anos, arrecada mais-valias na ordem de 470.000,00 Euros, sem pagar um centavo de impostos, recebendo ainda um subsídio “irregular” superior a 145.000,00 euros.

Ao 2º ano do curso de engenharia é arrabanhado para fazer parte da Juventude política, recebe cartão com direito a trabalho remunerado para dirigir equipas de propaganda política. Desempenha bem o lugar e fica garantido um lugar na lista de candidatos a vereador autárquico. Mal acabou o curso passa a assessor num gabinete de arquitectura de gente do partido. Sendo natural de um concelho do interior, só aceita concorrer a uma câmara na zona metropolitana do Porto. Enquanto não chegam as eleições, abre um gabinete em sociedade com outro membro do partido e recebe apoios financeiros do FSE e do URBCOM, valores que investe em “Contratos Promessa de Compra e Venda” de 6 apartamentos em fase inicial de construção, gastando cerca de 70.000,00 Euros. Passados quatro meses revende os apartamentos com um lucro de 210%. Compra mais apartamentos nas mesmas condições e na mesma zona, sem pagar um centavo de impostos das mais-valias. Com as eleições autárquicas a decorrer no concelho, é abordado pelo proprietário-construtor dos apartamentos… pois havia um problema de incompatibilidade do projecto com as áreas dos lotes de terreno da urbanização – estava em construção uma estrada cujo alinhamento cortava uma fatia dum dos lotes do dito proprietário. O engenheiro é eleito vereador e toma posse, tendo em mão resolver o problema do alinhamento da estrada; e resolveu, pois a estrada foi desviada mais de oito metros, ficando com uma curva. O prédio foi construído na sua plenitude de nove pisos, tendo sido doados ao senhor Engenheiro dois apartamentos e, sem investir nem um tostão, ficou com direito a receber as mais-valias de outros cinco como se os tivesse comprado. Para quem vem do interior, bem apoiado na máquina do partido, em pouco mais de dois anos, arrecadou mais-valias num valor aproximado de 470.000,00 Euros, ficando ainda com os apoios dos Fundos Europeus e do Estado, na ordem dos 145.000,0 Euros, destinados a um escritório de Projectos que nunca funcionou.
Eu vi as cenas: Joaquim Coelho

sábado, 5 de junho de 2010

A Manipulação das Nossas Vidas


Por não ter sido publicado integralmente no Jornal de Notícias de 5 de Junho de 2010, deixo o texto completo:

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A MANIPULAÇÃO DAS NOSSAS VIDAS

Hipocritamente e sem nos darmos conta, vamos sendo enganados, manipulados e apaziguados por um conjunto de regras e leis que prejudicam gravemente a nossa condição de vida e criam uma permanente incerteza para o futuro.
No mundo actual, onde os governantes perderam o respeito pelo cidadão comum e fazem a política do contraditório das promessas eleitorais, a sociedade caracteriza-se por um conjunto de pragmatismos aparentemente inócuos mas com uma finalidade bem conseguida: debilitar a justiça, endeusar os patrões e criar constrangimentos nos trabalhadores.
Nos bastidores dos seus gabinetes, tanto na concepção das leis do trabalho como na gestão da educação e da formação cívica, os governantes preparam o terreno para formarem cidadãos indolentes e dóceis, capazes de aceitar facilmente condições de trabalho e de remuneração abaixo das suas necessidades. Ao facilitarem o trabalho precário, sem regras e sem valorizar o trabalho na sua essência social, deixam nas mãos de patrões sem escrúpulos a vida de famílias inteiras. Este tipo de política, além de fragilizar os trabalhadores e quebrar a sua auto-estima, acarreta encargos dispendiosos para o erário público, porque a instabilidade nos empregos coloca mais gente no desemprego e acarreta mais despesas em subsídios.
As circunstâncias que levam ao mau funcionamento dos tribunais não são, de todo, inocentes. Há um conjunto de leis enviesadas e preparadas para servir o próprio poder político que deixam o cidadão comum à mercê dos arbítrios dos juízes mal formados. Invariavelmente, os enredos em que se movem os agentes da justiça são de tal modo promíscuos que poucos conseguem submergir entre a burocrática rede de interesses obscuros. Neste contexto da justiça, é impensável desejar-se uma “justiça moral” e muito menos acreditar na moralização dos agentes da justiça. Juntando aos vícios que persistem, existem muitos outros vícios nocivos e maus para gerir a justiça para todos.
Num quadro assim, tendencialmente, sentimo-nos revoltados mas incapazes de reagir com violência; estamos como que submissos a uma força estranha, sem pensarmos se o problema nos perturba ou se nos atira para a escravidão. É isso que os governantes querem: uma “paz social” preparada através da manipulação das nossas vidas. Por causa da ideia de que os problemas sectoriais só afectam quem está nesse sector é um erro histórico que o tempo tem desmentido dramaticamente. Veja-se a crise global, que não é só crise económica; é também crise de valores e de ética.
Dizem que a história não se repete mas, quando os oprimidos soltam as amarras, esta paz aparente pode terminar em revoltas trágicas e inadequadas numa sociedade que se quer civilizada.

Joaquim Coelho

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

CRISE! Qual Crise?


CRISE? ALGUNS VIVEM BEM COM ELA

Ao comentar a avalanche no aumento de impostos decretada pelo governo, o meu vizinho Alfredo Soares começou a lamentar a situação de crise que tem atingido muitas pessoas inocentes, destruindo planos de vida e desfazendo os sonhos de muitos anos de trabalho para dar uma carreira aos dois filhos. É um daqueles vizinhos muito chegados, apegado ao trabalho e com uma vida equilibrada.
Mas um outro vizinho, que é polícia, passou junto ao portão e não conteve o seu desânimo pelo facto de ter acabado de receber um telefonema de um companheiro referindo que os três larápios que prenderam junto ao Hospital de S. João, por terem roubado os bens pessoais de alguns estudantes, ferindo dois deles com as navalhas de ponta-e-mola que usaram, acabaram por ser libertados pelo juiz que não os considerou perigosos para a sociedade. Ora, sendo a terceira vez que os mesmos são detidos pelas mesmas razões e por terem molestado dezenas de transeuntes naquela zona da cidade, quando os juízes os não consideram perigosos nem ladrões, é caso para perguntar até onde vai a benevolência da justiça ou a compaixão do juiz (ou piedosa cobardia) para com estes meliantes; ou será que andam a gozar com os polícias?
Voltando à conversa do vizinho António, fiquei a saber que a crise o tem castigado sem dó nem piedade. Para além da doença inesperada da mulher, o aumento dos juros sobre os empréstimos à habitação, nos últimos três anos, diminuíram a sua capacidade financeira e obrigou a suspender os estudos dos filhos; a filha no terceiro ano de Direito e o filho no segundo ano de engenharia informática. Estão ambos em empregos de trabalho precário; ela numa "grande supercície", onde recebe cerca de 420 euros mensais e o rapaz numa empresa de reprodução de fotografia, ganhando um pouco mais.
O vizinho António, que já teve uma vida desafogada, vive com sérias dificuldades e aproveita o tempo livre para cultivar uma horta onde colhe hortaliças e batatas. Há mais de cinco anos que não tem férias, o que não seria anormal comparado com alguns milhões de portugueses com problemas e situações semelhantes. Para agravar mais o orçamento da família, teve que pagar mais de dois mil e quinhentos euros para ligar a fossa à rede de saneamento básico, por imposição dos serviços camarários.
O que me causa sérios transtornos nos neurónios é ver que outros vizinhos mais afastados, tal como o Manuel da Chica, operário da construção civil, cuja mulher faz uns biscates em trabalhos de costura para as vizinhas, com um filho a trabalhar no comércio - quando lhe apetece, levam uma vida encantada! Desde há uns anos que beneficiam dos apoios da Segurança Social e do município. O Manuel da Chica diz ser “muito doente”, mas fuma e bebe que nem um camelo; mais de metade do ano está de “baixa pela caixa”, mas trabalha em biscates e ninguém dá conta! Vivem em casa própria, consumindo água do poço; como são “carenciados”, não pagaram a ligação do saneamento à rede pública – o município suportou as despesas!
Quase numa rotina diária, a mulher do Manuel – às vezes, também o filho – com outras pessoas beneficiárias do Rendimento de Inserção, que vivem para os lados de Chãos-Formiga, encontram-se nos cafés a meio da manhã, onde tomam os respectivos pequenos-almoços. E todas estas pessoas recebem apoios sociais e de géneros da Junta de freguesia e da Câmara municipal, havendo famílias a receber mais de mil euros mensais do “Rendimento de Inserção”. Ah! E vão gozar férias todos os anos, uns para o Algarve, outros para a região das suas origens: Minho e Douro. Não pagam impostos e vivem felizes!
Por onde andam os senhores da fiscalização? Certamente, gozando a passividade dos gabinetes climatizados. Enquanto isso, sinto-me acabrunhado com o peso dos impostos e indignado na minha qualidade de cidadão.
Joaquim Coelho

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

UM ESTADO DE LADRÕES

Por estar dentro dos parâmetros de intervenção deste espaço, espero que o Senhor General Paula Vicente não se oponha à divulgação. Publicamos o que vale a pena... embora tenhamos a ideia de que o 25 de Abril aconteceu por acaso!


é só putas e ladrões”:

O ESTADO PORTUGUÊS, FRUTO DO 25 DE ABRIL, SÓ PROTEGE OS LADRÕES
Neste 36º aniversário da malfadada revolução de 25 de Abril, que hoje o calendário assinala, os ditos “militares de Abril” que, por razões meramente corporativas fizeram um golpe de Estado e, de seguida, entregaram o País à escumalha nacional para esta fazer uma revolução, estarão todos a celebrar as conquistas que pensam ter feito para a democracia, mas o que podem mesmo celebrar é o facto de Portugal se estar a transformar rapidamente num “paraíso para os criminosos”, como afirmou, no Diário de Notícias do passado dia 10 de Abril, e com toda a propriedade o Senhor General Leonel de Carvalho, ex-secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança e, acrescentaria eu, num gigantesco e sofisticado couto de ladrões.


Esta minha percepção faz-me abrir o livro das memórias da minha meninice e tenra infância e particularmente, neste caso, daquelas que registam a recordação da minha avó materna, Maria Rosa, na aldeia conhecida apenas por Maria do Mestre, por ser filha do mestre-escola (assim era designado o professor primário da época). Diga-se, já agora, que nem essa sua filiação lhe valeu, porque, ao jeito do último quartel do século XIX português, aprender a “ler, escrever e contar” era coisa só para homens e não todos e, por isso, ela ficou lamentavelmente analfabeta. Nem por isso se diminui o meu enorme orgulho de ter sido seu neto, porque ela adorava crianças, era uma avó muito carinhosa, carregava consigo um acervo enorme de sabedoria de vida e era uma grande contadora de histórias.
Histórias cuja autoria, em muitos casos, atribuía aos “antigos”, as quais contava no círculo dos adultos mas, por vezes, também aos netos, algumas delas sob a forma de “profecia” e em jeito de lengalenga. Delas recordo, expressos na linguagem algo desbragada mas limpa do Portugal recôndito dessa época, apenas fragmentos dispersos, tais como, por exemplo:

“…aqui na aldeia já passam mais carros que antes / passavam na ladeira de Abrantes / …No futuro as estradas serão de luto (só muito mais tarde percebi que se referia ao alcatrão) e nelas os carros serão mais que formigas em carreiros / …Haverá camiões gigantes no ar / Os bichos comerão tudo / Haverá novas eleições / mas… só putas e ladrões”.

Não creio que os autores de tais “profecias” quisessem ofender todas as mulheres de uma forma geral, o que equivaleria a chamar “filhos de puta” a todos os seus descendentes no regime democrático e isso não faz sentido. Mas acredito que a crítica social que a lengalenga obviamente pretendia fazer contém uma clara referência, entre outros tipos de ladrões, a todos os tipos de “devoristas”, uma fauna que Vasco Pulido Valente tão bem descreveu na sua análise daquela época histórica, a qual deixou descendência, por exemplo, nos prostitutos que hoje proliferam nos círculos do poder constituído e que, para além dos seus salários milionários, alguns deles, como foi abundante e claramente publicado na semana passada, sugam ainda por um dia de suposto trabalho, no bordel das empresas de capital público e de direito privado, valores que podem ir aos quinze mil euros, importância que, pelo menos dois milhões de portugueses, que vivem no limiar da pobreza e da miséria, não conseguirão ganhar num ano ou mesmo em vários anos.
Quanto a isso, a “profecia” está-se cumprindo. De facto, muitas “putas”, sim, com actividade legitimada pelas “novas eleições”, no quadro de uma “ética republicana” que, negando-se a si própria pelos actos praticados, nos enche os ouvidos e nos torra a paciência a falar de liberdade, mas que finge ignorar que, em paralelo com qualquer liberdade, existe sempre uma responsabilidade que, lamentavelmente, a nossa terceira República - cujo bolo do seu primeiro centenário que este ano alguns portugueses comemoram e todos os portugueses pagam e que custará, que se saiba, dez milhões de euros - insiste desavergonhadamente em ignorar.
Mas eu não pretendo aqui falar de prostitutas. Quero, sim, falar de ladrões. Ladrões, há-os de todas as espécies! Como diz o povo, “…os que vão à horta, e os que ficam à porta”! Os que nos roubam os bens materiais e os que nos roubam a tranquilidade de espírito. Os que nos roubam por acção e os que nos roubam por omissão. Diz-se por aí que a prostituição é a mais velha profissão do mundo, mas eu estou inclinado a pensar que a mais velha mesmo é a de ladrão, já que o primeiro ladrão conhecido terá sido Adão, que roubou a maçã no jardim de Éden, e que a sua única companheira Eva, existindo então apenas um homem, não tinha processo de se prostituir. A profissão de roubar transformou-se mesmo em arte – actualmente uma arte requintadíssima e altamente proveitosa. Para quem tiver curiosidade sobre esta matéria e não conheça, recomendo, como um bom ponto de partida, a leitura do tratado “Arte de Furtar”, atribuído – ao que parece, erroneamente – ao Padre António Vieira, quando deveria ter sido ao Padre Manuel da Costa, também jesuíta.
No contexto da nossa sociedade, organizada supostamente para promover o bem comum, sempre aprendi de todas as fontes que a função de nos proteger dos ladrões pertence exclusivamente ao Estado que, como se tem visto recentemente, até aceita mal e pune qualquer cidadão que, em legítima defesa, se defenda a tiro quando é assaltado em sua casa com armas apontadas à cabeça, o mesmo se aplicando aos polícias que, confrontados com o criminoso ou ladrão que lhes põe a vida em risco, se defendem também a tiro, mas que, se têm a sorte de sobreviver e o azar de matar o ladrão são processados como criminosos comuns e presos. Isto é, o exercício da violência é uma prerrogativa exclusiva dos ladrões e do Estado, mas só aqueles
podem matar e fazem-no quase impunemente, porque o Estado protege os ladrões. O cidadão comum, cumpridor da lei, incluindo o polícia, fica sempre esmagado entre os dois, sai sempre prejudicado ou morto. E, vergonhosamente, o Estado, que falha em nos proteger, comporta-se como o maior dos ladrões, dando inteira razão à afirmação contida naquele tratado e escrita já no século XVII, que “…os maiores ladrões são os que têm por ofício livrarnos de outros ladrões”.
No mínimo, e seria já bom que fosse só por omissão, o Estado rouba-nos a tranquilidade de espírito a que temos direito e deixa-nos à mercê de todas as quadrilhas que por aí proliferam. O
problema é que é o próprio Estado, através dos grupos organizados que o representam, é o maior dos ladrões e, se houvesse dúvidas, a comunicação social destes tempos mais recentes encheu-nos de exemplos concretos que seria fastidioso relembrar aqui. Criminosos ou ladrões de todas as espécies que possam pagar a bons escritórios de advogados beneficiam de um sistema judicial que por vezes parece ser feito à medida para que, usando todos os artifícios da lei, os ladrões possam roubar, para benefício próprio sem dúvida, mas também para “…os que ficam à porta”, por forma a que ninguém vá preso. Não venha autoridade alguma do meu querido Portugal perguntar-me quem eram, porque eu não sei dizer, mas, recentemente, enquanto almoçava num restaurante de Lisboa, não pude deixar de ouvir um dos cidadãos de uma mesa vizinha confidenciar ao outro, em voz suficientemente alta para eu poder ter ouvido, que já há em Portugal escritórios de advogados a escrever as sentenças que alguns juízes proferirão de seguida a clientes seleccionados desses escritórios. Não sei se isto é ou não verdade, mas, se for, temos à vista a falência total do sistema judicial português.
Os indícios do mau comportamento do Estado nesta matéria estão à vista. O mais recente está no facto de o Estado se preparar para criar, no âmbito do combate à corrupção, o estatuto do “arrependido”, isto é, mais ou menos dá aos corruptos e ladrões a faculdade de roubar e, quando apanhados nas malhas da lei, se arrependerem, porque serão perdoados. Faz lembrar a anedota, e perdoe-se-me o brejeiro da linguagem, que circula por aí na internet, do “peregrino, crente profundo, que vai em romagem ao Santuário e, sorte sua, consegue arranjar um quarto para dormir, por acidente em casa de uma jovem viúva. A meio da noite é acordado pela viúva que, toda nua, se lhe mete na cama. O peregrino salta da cama e sai da casa a correr para não ceder à tentação e logo na abertura do Santuário, vai confessar-se. O padre ouve a confissão e dá-lhe de penitência comer cinco quilos de favas, ao que ele replica que não percebe a penitência, porque não é cavalo. O padre respondeu-lhe que, de facto, ele não é cavalo, mas é burro. Primeiro devia ter “comido” a viúva e depois vinha confessar-se”. O estatuto do arrependido, imagino, será uma coisa do mesmo género.

Este é o Portugal fruto da revolução de 25 de Abril que hoje alguns celebram e muitos choram: o mais pobre, o mais iliterato, o mais corrupto dos membros da União Europeia, dominado pela partidocracia de muitos ladrões que, em vez de nos proteger, defende os ladrões, seus comparsas. Um exemplo? Aqui vai. Tenho uma modesta segunda residência no Ribatejo que foi assaltada. Na procura exaustiva de valores facilmente transaccionáveis, que não existiam, o recheio foi altamente remexido, mas foram roubados apenas pequenos haveres de baixo valor. Chamei a polícia (PSP) que prontamente compareceu, tomou nota da ocorrência e prometeu enviar nessa tarde um técnico para colher impressões digitais. À tarde, esse técnico telefonou para dizer que não viria colher impressões digitais, porque o produto do roubo era de baixo valor, inferior a um certo número de “unidades de conta” que não soube especificar, e que, assim sendo, a PSP não o autorizava a iniciar o respectivo processo por roubo. Consequentemente, por força da lei que antes me devia proteger, as impressões digitais do ladrão ou ladrões não foram colhidas. Insisti e fui à PSP de Santarém fazer uma participação do roubo. Cerca de oito meses mais tarde, recebi dos Serviços do Ministério Público do Tribunal da Comarca de Santarém (Processo nº 1283/08.3PBSTR) o Despacho de Sua Excelência o Senhor Procurador Adjunto, de 13 de Julho de 2009, que, com todo o respeito pela sua pessoa e sua figura institucional, transcrevo: “Os factos comunicados pela PSP são susceptíveis de integrar a prática, por desconhecido, de um crime de furto qualificado, pp artº 204º nº 2 al e) do Código Penal, ocorrido entre os dias 3 e 22 de Novembro de 2008 na habitação de Fernando Paula Vicente, sita no…….., Santarém. No entanto, até à presente data não foi possível apurar quem foram os autores dos factos denunciados e de momento, os autos não fornecem dados que permitam o prosseguimento de diligências conducentes à sua descoberta. Pelo exposto, determino o arquivamento dos autos… sem prejuízo de serem reabertos caso surjam novos elementos”. Isto é, caso o ladrão, profundamente arrependido de ter violado a minha intimidade, decida um dia auto denunciar-se! No entanto, a colheita de impressões digitais poderia tê-lo identificado.
O que é verdadeiramente dramático é que, na data daquele Despacho de Sua Excelência o Senhor Procurador, tenho a certeza que, sem ponta de ironia e em relação ao meu caso, no fim do dia, todos os agentes do Estado envolvidos, o Senhor Procurador Adjunto de Santarém, o Comandante e agentes da PSP de Santarém, o Senhor Ministro da Justiça, o Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Presidente da República, regressaram a casa e quando, finalmente, se deitaram e pousaram as sua cabeças na almofada, todos adormeceram com uma profunda noção do dever cumprido. Talvez tenha sido melhor assim, porque o mesmo Estado que protegeu o assaltante em vez de me proteger a mim, se tivesse prendido o ladrão, iria eventualmente dar-lhe o benefício que dá a carradas de criminosos e ladrões que se encontram presos, ao permitir-lhes um regime de saídas precárias, das quais muitos já não regressam à prisão, e durante as quais muitos aproveitam para cometer novos roubos e outros crimes, resguardando-se de imediato nas prisões onde ficam a salvo, nunca sendo apanhados.
Este é o meu querido Portugal que hoje assiste à celebração de mais um aniversário da fatídica revolução.

Razão tinha a minha avó: “…é só putas e ladrões”:

Fernando Paula Vicente - Major-General da Força Aérea Portuguesa (Reformado)


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Partidos e Tachos

O ESTADO DE SÃO BENTO

Entristece-me ver a voragem dos ratos nos corredores de São Bento; habilidosos defensores dos seus egoísmos, proclamando justiça para os desprotegidos e desfavorecidos mas, desvairados, sempre a resvalar para a mediocridade onde atolam a sociedade que deviam defender e que amachucam com os pés sujos na lama da corrupção. A incapacidade dos moinas é tal que os fracassos diagnosticados se dilatam à medida que passam os anos e se esbanjam os milhões vindos da Europa, sem se incomodarem com a degradação do ambiente político e social; são tantos os vícios que nem se dão conta dos pedregulhos que vão espalhando para tolher ainda mais a vida dos pobres cidadãos.

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