domingo, 24 de junho de 2012

ENTÃO, QUE PAÍS TEMOS?


Opiniões 1


O general Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975 que ficou conhecido como «vice-rei do Norte», defende um novo 25 de Abril, de raiz popular, para acabar com «a mentira e o roubo institucionalizados».

Pires Veloso, que foi governador militar do Norte, considera que agora que «o povo já não aguenta mais e não tem mais paciência, é capaz de entrar numa espiral de violência nas ruas», alertou, esperando que caso isso aconteça não seja com uma revolução, mas sim com «uma imposição moral que leve os políticos a terem juízo».

O general defendeu uma cultura de valores e de ética: «há uma inversão que não compreendo desses valores e dessa ética. Não aceito a actuação de dirigentes como, por exemplo, o Presidente da República, que já há pelo menos dois anos, como economista, tinha obrigação de saber em que estado estava o país, as finanças e a economia. Tinha obrigação moral e não só de dizer ao país em que estado estavam as coisas», defendeu.

Pires Veloso lamentou a existência de «um gangue que tomou conta do país. Tire-se o gangue, tendo-se juízo, pensando no que pode acontecer. E ponha-se os mais ricos a contribuir para acabar a crise. Porque neste momento não se vai aos mais poderosos. Não compreendo como Mexia recebe 600 mil euros e há gente na miséria sem ter que dar de comer aos filhos. Bem pode vir Eduardo Catroga dizer que é legal e que os accionistas é que querem, mas isto não pode ser assim. Há um encobrimento de situação de favores aos mais poderosos que é intolerável. E se o povo percebe isso reage de certeza», disse.

Para Pires Veloso, casos como este, que envolvem salários que «são um insulto a um povo inteiro, que tem os filhos com fome», fazem, na opinião do militar, com que em termos sociais a situação seja hoje pior do que antes do 25 de Abril.

Quanto ao povo, «assiste passivamente à mentira e ao roubo, por enquanto. Mas se as coisas atingirem um limite que não tolere, é o cabo dos trabalhos e não há quem o sustenha. Porque os cidadãos aguentam, têm paciência, mas quando é demais, cuidado com eles. Quando se deu o 25 de Abril de 1974, disseram que havia de haver justiça social, mais igualdade e melhor repartição de bens. Estamos a ver uma inversão do que o 25 de Abril exigia», considerou Pires Veloso.

Trinta e oito anos passaram sobre a vitoriosa insubordinação do 25 de Abril. Pelo caminho ficaram milhões de mortos. Atolados nesta lama de sangue os gloriosos militares vencedores ainda agora blasonam o seu glorioso feito. O orgulho maior do abrilismo é a "descolonização". Numa manhã chuviscosa tomaram conta do poder e, num ápice, desfizeram uma obra de cinco séculos...

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OPINIÕES 2
 FORÇAS ARMADAS MUITO PREOCUPADOS COM O DESNORTE DESTES POLITICOS

Caros camaradas
Em anexo poderão ter acesso à “Carta Aberta ao Povo Português”, da autoria do COR ART (REF) Manuel Rodrigues dos Santos, “um grito de alma”, como ele a designou.
Chegou-nos pela Net, como muitas outras opiniões, e já consta quer da nossa página quer do Facebook. Neste último, para além de inúmeras visualizações, mereceu 136 partilhas e 50 comentários (até às 16H55, de 19 de Abril). Se quiserem aceder à página ou ao Facebook, basta clicar nos endereços que se seguem:
AOFA - Página na Internet - http://www.aofa.pt
Em baixo, num despacho noticioso do Jornal de Negócios Online, podem ler o que pensa a Dra. Manuela Ferreira Leite, destacada militante do PSD que já foi Ministra das Finanças, sobre uma matéria que tem estado na actualidade, pela mão do Governo: “é absolutamente inoportuno falar-se na reforma da segurança social”.
Para alguns, cada vez menos, a AOFA não devia dedicar a sua atenção a estas questões. Alguns dirão, até, fazendo uma enorme confusão com o que se encontra estabelecido no artigo 275º da Constituição da República Portuguesa, que se trata de política e, como tal, devíamos abster-nos de tocar sequer no assunto. No entanto, a AOFA entende dever fazê-lo por uma dupla razão. Em primeiro lugar, a diminuição de direitos de universos que aparentemente até podem não ter a ver com os militares, estender-se-á inapelavelmente a todos nós, como a prática vem confirmando. Em segundo lugar, compete-nos a nós, oficiais, estarmos atentos a tudo o que possa causar lesão na coesão nacional, condição essencial para que qualquer conceito estratégico de defesa nacional faça sentido.
No que ao RI diz respeito, podemos encontrar notícias acerca das negociações sobre a Base das Lajes (DN e Diário Insular).
Os exercícios do RI14 são alvo da atenção do Jornal da Beira e do Diário de Viseu.
Enquanto o Público informa que, no caso dos submarinos, os peritos tinham renunciado às remunerações (contrariamente ao que deduziu das Declarações do PGR), o Crime prefere dizer que o processo se encontra em “banho-maria”.
Por outro lado, como seria de esperar, a crise na Guiné-Bissau continua na ordem do dia.
Sobre a nossa crise, as notícias proliferam.
O DN noticia ser muito duvidoso que Portugal e a Grécia consigam suportar a dívida pública, enquanto o Ionline relata que Sua Exa. o Ministro de Estado das Finanças afirmou, na sede do FMI em Washington, que “no meu país, as pessoas estão dispostas a sacrificar-se e a trabalhar mais”.
Enquanto no CM o abandono de 500 alunos da Universidade é interpretado de forma diferente pelo reitor e pelo presidente da associação de estudantes, o DE informa-nos que a RTP pediu excepção ao limite do salário dos respectivos gestores. Normalmente, tem vindo a ser utilizado o argumento de que as empresas públicas que se encontram para ser privatizadas devem ser alvo de excepção. Poderíamos dizer que pobres são os que, como nós, não se verão “privatizados”, mas atrevemo-nos a afirmar que todos os militares, embora atentos e indignados com a falta de equidade na distribuição dos sacrifícios e ainda que ansiando pelo reconhecimento efectivo do papel que desempenham na sociedade que se honram de servir, preferem a riqueza dos Valores de que são detentores uma vez que podem e devem servir de referência aos seus concidadãos.
Tão cordialmente quanto a situação o permite,
O Responsável pelas Relações Públicas
Tasso de Figueiredo
COR TPAA
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Ferreira Leite: É "absolutamente inoportuno" falar-se na reforma da segurança social
18 Abril 2012 | 10:08
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
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Reformar, agora, a segurança social é "absolutamente inoportuno", considerou ontem Manuela Ferreira Leite, ex-ministra das Finanças e ex-líder do PSD. E diz ser necessário explicar por que se fala agora de reformar novamente a segurança social e por que se congelou as reformas antecipadas, quando tinha sido dito que o financiamento da segurança social estava garantido até 2030.Em declarações à SIC Notícias, Ferreira Leite considerou que "seria absolutamente inoportuno, num momento destes, se alguém se lembrasse de fazer uma reforma da Segurança Social. Os problemas que existem neste momento são, esperemos, de curto prazo, conjunturais, e não se pode mexer num sistema que tem a ver com a nossa perspectiva de futuro, de longo prazo".

A ex-ministra das Finanças lembrou que fazer mudanças no sistema da segurança social nem teria efeitos imediatos e é mexer "nas expectativas das pessoas, que já têm sido muito mexidas". Por isso, reafirmou não fazer sentido falar-se dessa reforma neste momento. Para Manuela Ferreira Leite, "é talvez o tema mais sensivel para a sociedade portuguesa, porque mexe com as expectativas e com objectivos que as pessoas criaram ao longo de uma vida e que de repente vêem desmoronados sem qualquer hipótese de retrocesso. É um ponto extremamente delicado, que só pode ser mexido com pinças e portanto julgo que as reformas, alterações, grandes mudanças é tudo menos pinças".
  
A social-democrata diz que só falar de reformas na segurança social cria insegurança e desconfiança em relação ao Estado. E lembrou que isso aconteceu quando o Estado mexeu "unilateralmente" nos certificados de aforro. "Foi um ponto que pessoalmente muito lutei contra isso e muito denunciei e vê-se os resultados, praticamente estão aniquilados e com muita dificuldade se recupera a confiança".

Manuel Ferreira Leite, ainda a propósito da segurança social, lembra que os subsídios são pagos depois de contribuições dos cidadãos. "Tenho a obrigação de entregar um quarto do meu ordenado, tenho direito de ter prestação".

Falar em alterações "cria pânico nas pessoas, as pessoas estão amedrontadas". E volta a referir que é um tema que tem de ser tratado "com muito cuidado e prudência e não transmitir a ideia que é preciso mudar. A intranquilidade que se está a gerar, só com a perspectiva de que algo pode mudar e não há hipótese de refazer, é algo preocupante".

Além disso, Manuela Ferreira Leite diz que estas declarações sobre a possibilidade de se realizar reformas na segurança social, assim como o congelamento das reformas antecipadas, dão a sensação que a segurança social está em colapso. Por isso, é preciso saber porquê e o que aconteceu, já que na reforma anterior se garantiu que a sustentabilidade da segurança social estava garantida até 2030. Agora não estará garantida, deixa a pergunta Manuela Ferreira Leite, pretende explicações, porque o que entrou em colapso foi a situação económica, mas não a segurança social.
Com abraço amigo do
N. Santos

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OPINIÕES 3

CARTA ABERTA AO POVO PORTUGUÊS
AOS PATRIOTAS
AOS QUE SERVIRAM NAS FA
AOS QUE FIZERAM “GUERRAS NOSSAS” E AS DOS OUTROS
AOS CHEFES MILITARES
À GENTE DA MINHA TERRA

Esta carta pretende ser um “grito de alma”, embora não saiba se “ela” existe e, muito menos se tem a capacidade de gritar. Quero dizer com isto que não é, não pretende ser, uma carta de substância política. E assim mesmo, aqueles que se sentirem atingidos por ela dirão que tudo na vida é político. Será. Mas a minha intenção, a que deixo aqui bem expressa, é que não seja. Sou coronel do exército, na situação de reforma. Cumpri oito anos em África, ao serviço de quem nos mandava marchar depressa e em força (lembram-se?) e depois do mesmo abencerragem ter dito a camaradas mais velhos, que mourejavam no chamado Estado da Índia, e face à invasão indiana, que lutassem “até à última gota de sangue” (também se lembram disso?). Onde estavam, então, os agentes da função pública? Eu digo: na Metrópole, com as suas famílias, no aconchego dos seus lares. E estavam onde deviam estar, porque cada macaco no seu galho – os militares nos teatros de guerra; os civis na paz dos seus lares. A sociedade sempre foi assim estruturada: cada um com o seu estatuto, cada um com as suas devoções e vocações.

Falo de DIREITOS e DEVERES.
O militar é diferente (não estou a dizer que seja melhor ou que seja pior) do civil. O funcionário dos correios é pago e integrado numa estrutura sócio-laboral que lhe exige o dever de estampilhar cartas, entre outras coisas. É uma função nobre, mas não põe com isso a vida em risco na defesa dos seus concidadãos. Ele espera que alguém o faça. Seria bonito se amanhã o MD desse a seguinte ordem: os funcionários das finanças vão embarcar para o Kosovo numa task - force da NATO. Era o fim da picada! E porquê, se são funcionários públicos como insistem que os militares o são? Porque o DEVER de defender a Nação, directa ou indirectamente, compete cumprir aos militares, não a eles. Nesse aspecto são cidadãos muito diferentes. Nenhum ministro, nenhum cirurgião, professor ou jurista jura dar a vida pela Pátria, no acto em que assume as suas funções. E está certo pois há quem o faça por eles – são os militares. Somos todos bons cidadãos, todos de uma grande nobreza, patriotas insignes, mas somos DIFERENTES. Compreendendo isto, é fácil dar-se mais um passo para se compreender que no domínio dos DIREITOS, a igualdade já não se põe. Para que se assumam os mais altos propósitos na defesa da soberania nacional, sejam internos ou externos, há que aguardar que a Nação reconheça, de um modo especial, a natureza única e inconfundível desses propósitos. DEVERES e DIREITOS não se opõem – complementam-se ou são sucedâneos uns dos outros: são dois pratos de uma mesma balança: se os deveres são menores, os direitos serão menores; se os deveres são maiores, os direitos serão maiores. Isto, não são contas aritméticas nem de merceeiro; são contas da ética, dos compromissos do Estado, do bom senso e fruto da razão. Os militares e os civis têm de ser vistos assim, porque se assim não for, tudo cairá por terra, porque o “chão” da lógica desabará.
Seria uma sociedade desorganizada, sem rei nem roque, ao dispor de oportunismos circunstanciais. Enquanto os militares foram “piões” dos colonizadores e da política colonial que ceifou e devastou milhares de portugueses e africanos; enquanto estiveram ao serviço de uma casta política que deles se serviu como instrumentos pendulares dos seus fantásticos desígnios de dominação e poder, foram tidos e tratados como um grupo social de servidores do Estado com um estatuto próprio, no qual os DEVERES e os DIREITOS eram avaliados com pesos e medidas diferentes de todo o restante aparelho do Estado. Esse tempo acabou com a implantação da Democracia. Mas a memória dos sacrifícios, dos mortos, feridos e estropiados, das famílias sofridas e destroçadas, tudo isso permanece vivo, sangrando, na alma dos portugueses de bem. Razão porque o estatuto militar deveria permanecer incólume, digno e merecedor de um respeito que só a demência dos que não sabem o que andam a fazer neste mundo, pretende desfigurar. Onde quer que hajam Forças Armadas, não vejo onde elas possam estar, nos tempos que correm, mais esquecidas e quase acintosamente marginalizadas, do que as Forças Armadas portuguesas. E porquê? Porque não há dinheiro e para o pouco que há, existem outras prioridades. Assim, Forças Armadas para quê? Acabe-se com elas que são um estorvo para o erário nacional - diz-se à boca cheia nos meios de comunicação social. A esses tipos, punha-lhes uma farda em cima e mandava-os “gozar umas férias” nas secas montanhas do Afeganistão.
O general Pedro Pezarat Correia afirmou, no dia 8 de Fevereiro deste ano, num programa da SIC, com a verve clarividente e o desassombro que todos lhe reconhecemos, o seguinte: “Se as FA não estão cá a fazer nada, acabe-se com elas – mas assumam essa decisão de uma vez por todas”. Se é preciso reestruturá-las, reorganizá-las, reobjectivá-las, que se reestruturem, que se reorganizem, que se reobjectivem, mas que se assuma esse propósito definitivamente. O que se anda a fazer com elas, desfazendo-as aos pedaços, ao sabor da vontade dos ministérios e dos ministros que vão passando, é, no mínimo, de uma tremenda injustiça.
Abocanharam-lhes o “estatuto” e disseram: agora são todos iguais. Se os juízes não são promovidos (e deveriam), que os militares também o não sejam; se se congela a carreira dos professores, que os capitães envelheçam em capitães; se a assistência médico-medicamentosa está num caos, que também seja caótica para os militares. E mesmo que haja vontade de fazer alguma coisa pelos militares, tal não é possível porque o orçamento o não permite. O MD, ontem na TV, repetiu essa ladainha umas vinte vezes. Ninguém nos diz o que se faz ao dinheiro que vai saindo dos nossos bolsos, dizem-nos apenas que não há e pronto – nós, povo, cidadãos comuns, que já fomos militares ou que iremos sê-lo, ouvimos, engolimos e calamos. Tal como eles querem. Afinal, digam-nos, não são estes os democratas que nós pusemos no poder? Eles e os pais deles e os avós deles? Pois então, o que se poderia esperar? Virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Eles tomaram conta de tudo – das finanças, da economia, da fome, da miséria, dos militares, da própria democracia. Não há voto que os tire de lá. Instalaram-se e pronto. Passam a vida em viagens estéreis, em almoços e jantaradas, deslocam-se em brutas limusines, com brutos motoristas, gastando o que ainda há para gastar. É um encanto vê-los no enlevo encantador das suas poses e das suas mensagens, próprias de quem não tem dúvidas sobre nada, falando ao povo, que somos nós – não eles, seguramente – dos sacrifícios e dos penosos cortes subsidiários, da vida mísera que vai escorregando pela ladeira dos “IVAS”, para que eles paguem as dívidas, que alguém fez sem que alguma vez o soubéssemos. Eles querem a “austeridade” dos outros, a “doença” dos outros, a “fome” dos outros, em nome da coesão nacional. E gerem bem tudo isso porque a eles nada lhes falta, do bem-bom da vida repimpada. E os militares onde ficam, onde estão? Numa voz solitária de alguém que nada teme, numa carta desassombrada - da qual o MD, qual criança medrosa e assustada, diz que não, que não é para ele, que é para os outros ministros, e di-lo como quem a manda para o lixo - militares do Quadro Permanente que já deram tudo o que tinham para dar ao país, disseram ao senhor MD o que pensam da situação. Mas esses militares, coronéis e de outros postos, não são representativos das FA – diz ele, o MD. São restos imprestáveis, lixo. Meus caros, com esta gente, pode ser que venha para aí mais um submarino, mais uns carritos blindados de terceira geração para brincarmos aos soldados. Pode ser. Mas arrancar as FA das cinzas em que caíram, seremos loucos se crermos nisso. Vamos esperar para ver.

Por Manuel Rodrigues dos Santos, Coronel de Artª. na reforma.
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Com o devido respeito pelas opiniões dos autores, subscrevo e publico. Joaquim Coelho

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