sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Justiça Afundada



ÉTICA! Qual ética?

A mestria demonstrada na protecção dos prevaricadores envolvidos em processos de alta corrupção não tem paralelo na história da magistratura portuguesa. O que é que faz com que uma magistrada investida de poderes extraordinários utilize o seu cargo para servir de testa de ferro na defesa dos corruptos que usam a política como trampolim para os mais chorudos negócios fraudulentos.
Depois do comunicado hilariante da Candinha a desculpar os protagonistas do relacionamento amoroso duma procuradora que investigou os negócios do amante, só faltava a derrocada das investigações do Freeport para percebermos o lamaçal em que chafurdam tais individualidades. São tantos os casos de total incapacidade para desempenhar tais cargos, que mais parece estarmos perante um estúdio de filmes de ficção policial. A nulidade do “rigor profissional e ético” está presente nos factos que arrasam a idoneidade deontológica dos protagonistas magistrados. É tempo de limpeza das Instituições nobres da Nação, porque não há mais desculpas para tanta incompetência e promiscuidade de gente bem colocada e muito bem paga pelos impostos que pagamos.

Os queixumes entre procuradores, magistrados e Procurador-mor são mais um vergonhoso episódio da vagabundagem que come o orçamento do Estado e mais parece o coro das carpideiras no funeral da justiça portuguesa.
Sempre que há corruptos tem de haver corruptores. Demasiados os casos nebulosos em que estão indiciadas importantes figuras públicas levam-nos a descortinar os contornos da guerra entre associações secretas que jogam os seus poderes nas catacumbas. A autoridade do Estado está de tal forma debilitada e desacreditada por causa dos tais poderes ocultos que corremos o risco da instabilidade entre os órgãos do estado impedir a reconstrução da sociedade, reabilitar a confiança dos cidadãos e ganhar a guerra contra o aniquilamento dos últimos valores da Nação – solidariedade para vencer a pobreza.


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