segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pensamentos Globais

.
PLANETÁRIO DA VIDA
Amo o culto da bondade que faz dos humanos companheiros. Dulcificando a vida, num ambiente purificado, quero o aroma da sabedoria que a liberdade anseia para tonificar os corações oprimidos nas manhãs de cada dia.
Bendita sejas tu, em forma de simplicidade em tonalidades do bem; se almejas a felicidade, conta comigo também.
Porque só nos largos horizontes se encontra a luz brilhante, fazendo germinar as sementes da candura de cada amante. Os rostos salpicados de carinho, nos olhos sem suplícios, os gestos meigos que alisam o caminho.
Se a vida está no crepúsculo, apelamos aos deuses que prolonguem a magia e que traga os benefícios que nos conduzam ao mundo das luzes luxuriantes onde podemos pintar a manta, em diversões. Mas, se as divindades nos recusam a ajuda, perdemos o sentido de cata-ventos e podemos ficar infelizes por mais tempo.
A grande festa da vida está nos românticos ideais, contrapondo à maldade a vontade bem sentida dos gorjeios dos rouxinóis e na exaltação harmoniosa dos hinos de fé ardente.
Nos confins eternos da verdade, o amor é uma evidência criadora: a alma anseia altaneiros voos, logo o coração a arfar no peito, se agita na venerável emoção da vida e os ventos trazem à memória os teus brandos odores difundidos no jardim celestial em forma de templo erguido às musas no reino dos poetas idílicos.  
Quem vai embarcar para outro planeta? Eu continuo aqui na lua com a minha mão na tua, cruzando os caminhos tranquilos da maturidade harmoniosa; estou envolvido nesta viagem, afastado dessa loucura das corridas ao supermercado e dos rios malcheirosos de seres gastos pela voragem; longe das vicissitudes que põem o mundo paranóico; continuo aqui em exclusivo, observando o mundo agressivo embarcado num planeta errante... tentando escapar aos malefícios da troika que veio arruinar Portugal!

Tempos modernos… guerreiros eternos!
Joaquim Coelho       






NADA É PERFEITO!

Quando Deus criou o mundo, fez tudo muito certinho até ao dia em que criou o homem. Depois de apreciar a criação, descansou sossegadamente.
O Adão passeava no paraíso sem grande vontade de cultivar as terras e nem apreciava a beleza que o rodeava. Vendo isso, Deus procurou uma solução para quebrar a solidão do Adão… Então, Deus criou a mulher.
Desde esse dia, nem o homem nem o mundo tiveram mais sossego e Deus não mais descansou.

PENSAMENTOS do Coelho
Uma pessoa sem ideais vive à espera que a sorte resolva a sua vida.
O progresso da humanidade é o resultado da persistência dos estudiosos na busca de soluções direccionadas no aproveitamento da confluência das energias do homem com a natureza.
O saber é fonte de progresso e de bem-estar, além de genuína fonte de virtudes.
A tolerância perante os imbecis pode ser razão de cobardia social; mas o servilismo não se pode conciliar com a dignidade.
Os lacaios são aqueles que elevam a fama alheia para tirarem partido dos favores dos seus apregoados.
A rotina dengona e mundana é o expoente dos preguiçosos; dos que nem se dão ao trabalho de pensar. É a renúncia ao progresso.
A imaginação é a grande impulsionadora do progresso, para que o futuro seja melhor que o presente.

     Joaquim Coelho
.
.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Criminosos do Costume

.
VIDAS NA SARGETA

O virtuosismo da vontade afirmada nas acções construtivas desemboca no lirismo das mensagens abstractas que se difundem na beleza das montanhas adormecidas. Mas a realidade que nos cerca encarna a mentira tantas vezes repetida pelos governantes que enjoa o mais resistente desta viagem no mar das desgraças acumuladas. E, a vida começa a perder a suas virtudes, quando o paciente percebe que a razão da sua existência está a mergulhar na escuridão das sargentas que a sociedade lhe arremessa sem retorno. 
Ora, esse despertar para a nua realidade do fatal momento da entrada no limbo dos aflitos provoca uma revolta tal que pode desencadear reacções inconsequentes e dramáticas.
Dizia um amigo psicólogo, com alguma ironia: “se não te cultivas na arte da ratazana, jamais viverás no meio da abundância; serás sempre miserável, um cobarde pagador de impostos; trabalhador no emprego sem glória, tão frágil e imprevisto como as asas das borboletas. Se não endureces as emoções, serás como uma libelinha tão leve e frágil que não resistes à menor convulsão social. Os efeitos da máquina trituradora são nefastos, destroem as mais nobres vontades, deixando um rasto de angústia e de miséria; e, quando te deres conta da realidade, simplesmente estarás a ser esmagado como um insecto que teve o azar de ficar debaixo da botarra do poder.”

Nas reuniões dos economistas políticos cultiva-se o “esquecimento” da sociedade real; então não sabem que a redução do poder de compra reduz o consumo? Em consequência, os produtores de bens não vendem, lançando mais pessoas no desemprego, que vão absorver os recursos da Segurança Social, para onde descontavam enquanto trabalhadores produtivos. Ora, se não há facturação de bens consumíveis, não há entrada de impostos… com a redução do poder de compra e sem consumidores não há economia que resista: a estupidez dos tecnocratas está a conduzir o país para o caos social e  provável bancarrota.  
A alta criminalidade económica vive tranquila, porque os fazedores das leis esburacadas convivem nos mesmos ambientes da roubalheira instituída; sendo amigos dos agentes da justiça, nada lhes acontece. Para enganar os pacóvios, fazem investigações inúteis, enquanto os processos prescrevem vergonhosamente!
Como dos pequenos não reza a história, sabe-se que a criminalidade menor (a dos pobres e deserdados da sorte) se desenvolve nos terrenos férteis do desemprego - toda a gente sabe disso e nada se faz em oposição ao progressivo desenraizamento dos povos que vão em busca de melhores salários - há que ter consciência da realidade, acabar com a indiferença. Os governantes devem cultivar outra “inocência” cívica; nada de cultivar a indiferença para abafar a esperança dos que têm fome! Não vamos permitir tamanhos crimes da civilização com uma suposta sociedade de oportunidades para todos, quando uns são mais oportunistas do que outros!

Joaquim Coelho – Termas actuais
..

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Políticos de Sargeta

.


Uma resposta (mais uma...) às declarações proferidas por Macário Correia àcerca das FFAA.
Um abraço.

Manuel Prazeres
--------------------------------------------------------------------------------

Declarações infelizes do Eng.º Macário Correia, Presidente da CM de Faro


O Engenheiro Macário Correia, político, governante, autarca e outras apetências, resolveu “inteligentemente” em momento difícil da vida nacional e da sociedade portuguesa, em que a coesão é fundamental, ofender a instituição militar e os seus servidores que, em última instância são, não só o garante da defesa militar da república, mas a quem incumbem, entre outras missões vitais do país, missões de protecção civil e satisfação das necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida das populações.

O Senhor Ministro da Defesa Nacional comentou negativamente a “ignorância”, do político, ex-governante e agora autarca quanto às atividades de Defesa Nacional e das Forças Armadas. O General Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas reagiu mandando publicar um comunicado repudiando a forma como aquele senhor se referiu às Forças Armadas.

Cartas, mails e outras formas de expressão, têm sido recebidos e utilizados em termos pessoais, para repudiar os termos e a inoportunidade e forma de ataque a uma Instituição estruturante de Portugal e que ultimamente deu ao país a possibilidade e direito deste senhor se expressar da forma como o fez e que se tem reorganizado e adaptado às circunstâncias como nenhuma outra. Este conjunto de reacções não significam que o senhor tenha qualquer importância ou cause qualquer preocupação às Forças Armadas.

O preocupante é ser o político, o governante, o autarca, esquecendo as responsabilidades que recaem não só sobre si próprio, mas as que ele arrasta sobre a classe dos políticos, dos governantes e dos autarcas que ele indirectamente simboliza. As declarações proferidas a 13 de Setembro na Rádio Renascença, mais do que serem repudiadas devem merecer de quem as proferiu, um pedido de desculpas às Forças Armadas que são, em matéria de reestruturação e de redução, um exemplo para outras organizações do país, estando no limite, para continuarem a ser consideradas como tal.

Desconhecemos se algum dia o senhor engenheiro jurou bandeira, mas jurou certamente a constituição, dadas as funções que já desempenhou, que terá jurado cumprir com lealdade. Ali constam as missões das Forças Armadas. Compete ao Presidente da República e ao Ministro da Defesa Nacional garantir a soberania do estado, a independência nacional e a integridade territorial de Portugal, bem como assegurar a liberdade e a segurança das populações e a protecção dos valores fundamentais da ordem constitucional contra qualquer agressão ou ameaça externa, sendo as Forças Armadas a componente militar fundamental de tal garantia.

Perceberá o senhor engenheiro esta linguagem ou está interessado em reduzir a zero a capacidade de resposta das Forças Armadas nesta missões e noutras como as missões internacionais, na cooperação com as Forças de Segurança, na cooperação técnico militar, nas missões de protecção civil, nas missões de paz e humanitárias.

Se um dia os dirigentes portugueses, como o senhor, conduzissem à redução das Forças Armadas a Zero, seriam responsáveis por ter abolido séculos de História do país e certamente esse país passaria a ser outro, pois deixaria de ser “obra de soldados”.

Aqueles a quem um dia meteram uma arma na mão e mandaram marchar contra inimigos externos ou no cumprimento de tratados assinados com países amigos, não têm na constituição como missão usá-las contra inimigos internos. A coesão nacional e a estabilidade social não se fortalecem tentando enfraquecer o último suporte que é o garante dessa coesão e dessa estabilidade.
«««««««««««««««««

Senhor Engenheiro Macário Correia.

A Liga dos Combatentes junta-se a todos os que repudiaram as suas palavras acendedoras de mais fogueiras num país “em chamas”. Durante a sua campanha eleitoral para a função que agora desempenha, lembro-me de ter visto Vª Exª comparecer, por iniciativa própria, a uma missa em memória dos mortos da guerra do ultramar e, no mesmo dia, comparecer na cerimónia de inauguração do monumento aos combatentes do Ultramar inaugurado em Faro. Será que as Forças Armadas e os Combatentes do Ultramar, seriam a sua organização modelo, ou serviam, naquele momento, para a sua campanha eleitoral? Agora, sem se vislumbrar o objectivo ataca as Forças Armadas. Talvez seja um objectivo de diversão relativamente à incapacidade de levar a autarquia porque é responsável, capital do Algarve, a conseguir impor -se como tal, relativamente às restantes e importantes autarquias do sul do país… Mas agora é essa a sua missão. Cumpra-a. E peça desculpa.

http://www.ligacombatentes.org.pt/arquivo_de_noticias/mais/314
 ---------------
E AGORA, Ministro da Defesa?   


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Políticos e traidores

.
.


INQUIETAÇÃO, política
A banalização do fatídico argumento da globalização está a criar uma onda de indefesos contra a horda de selvagens que se vagueiam sob o manto da impunidade e da cobardia dos responsáveis pela aplicação da justiça.
O poder político continua a usurpar direitos e a acumular benesses materiais e sociais injuriosas para a esmagadora maioria dos cidadãos votantes e pagantes de impostos injustos. Como uma corja de senhores do feudo absolutista do direito do comum dos cidadãos. Não passam de profissionais incompetentes e degenerados da sociedade, mas ufanam-se da sua auto-legislada condição de pensadores absolutistas comportando-se como autênticos sorvedouros dos dinheiros dos contribuintes e de cujos feitos práticos pouco se aproveita de útil para a sociedade que dizem representar.
Enfim, não podemos ter melhores representantes da tragédia que vai corroendo a moral e a palavra de honra que serviu de açoite ao senhor do reino Egas Muniz perante os reis de Castela. Mas não é aqui na Pátria lusa que estes cidadãos aprendem tamanhas barbaridades, contra a moral e os bons costumes dos virtuosos lusitanos. É ver o que tem sido o compadrio e a benevolência comprometedora perante as populações da Bósnia - Srebrenica, criando autênticos campos de extermínio para os comandantes das limpezas étnicas satisfazerem os seus prazeres de genocídio; sem que os ocidentais protectores do mundo dessem um sinal de desagravo, quanto mais de repressão armada com os meios de que dispunham no terreno e que levaram muita gente ao seu encontro sob o manto protector da ONU. Que cinismo escabroso se abateu sobre os descendentes dos resistentes ao nazismo alemão! Mas já não há muita distância entre o jornalismo corrompido pelo poder político e a escumalha que se passeia pelas cadeiras da Assembleia de S. Bento. Tudo há-de acabar – cá estaremos para ver.
Joaquim Coelho
«««««««««««««««««««««««««««««««

ASSUNÇÃO ESTEVES Reformou-se aos 42 anos de idade...cansada...muito cansada...

ASSUNÇÃO ESTEVES - Presidente da Assembleia da República
por Guilherme Antunes a quinta-feira, 1 de Setembro de 2011 às 12:01

Reformou-se aos 42 anos de idade...cansada...muito cansada...
Quadro do partido laranja, e pelo seu partido escolhida para o cargo mais alto da representação do Estado, a seguir ao presidente da República. Aqui se denuncia uma ética política, aqui se denuncia um açambarcamento faccioso, aqui se denuncia uma mentalidade de rapina.
Uns têm que trabalhar até aos 65 anos com reformas cortadas em 20%, mesmo que tenham descontado para a reforma durante 40 anos ou mais. São os trabalhadores portugueses, o grosso da população, a classe mais débil, a mais necessitada, a que deveria de ter mais apoios do Estado. Aquela que tudo produz!
Esta personagem importante da quadrilha que governa Portugal, reformou-se aos 42 anos, com 2.445€/mês, após 10 anos de trabalho.
Os portugueses todos, têm de ganhar a consciência que esta canalha de gente nos destruirá. Dizimar-nos é o objectivo central do grande capital financeiro. Fá-lo-ão de qualquer maneira, sabedores que são, que o seu sistema político não lhes resolve o problema de enriquecimento ilícito ao mesmo tempo acompanhado de algum bem-estar social de décadas atrás. O capitalismo tem como meta a atingir a dominação total dos povos e reduzi-los a uma nova forma de escravatura.
PAUL ELOUARD - "É preciso voltar a despertar veredas, a descerrar caminhos, a extravasar as praças e a gritar o teu nome - LIBERDADE"
..
.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Grito dos Explorados

.

TEMPO DE BORRASCAS

O universo é grandioso e a vida enfrenta muitos perigos, mas o pior é que a consciência dessa imensa vastidão se torna angustiante perante a nossa pequenez, mas tentamos sempre abarcar o máximo de conhecimentos para explorar o nosso espaço no mundo; será esta a melhor forma de sobreviver à inquietante certeza do desconhecido.  
E este nosso mundo não passa de uma aldeia onde estamos cada vez mais próximos uns dos outros. Se souber observar, sente os problemas do seu vizinho. Não podemos ocultar a verdade que brota da vontade dos povos em se libertarem das amarras que os oprimem e aniquilam ou limitam a sua condição de seres de pleno direito no contexto da sociedade que se desenvolve com os recursos que lhes são usurpados. Já não podemos dizer que ignoramos as injustiças praticadas em nome dos interesses mais poderosos, cujos princípios estão caducos e as estratégias nascem de ideias redutoras para o homem. A ganância dos poderosos do mundo financeiro está a criar um universo de escravos, porque a exploração do homem que trabalha está a atingir os limites do racional.     
Joaquim Coelho
.
.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Guerra Colonial em Tema

.
.

O QUE SE DIZ DA GUERRA COLONIAL

No plano das narrativas, temos assistido a algumas bacoradas lançadas a público por meia dúzia de indivíduos que pouco fizeram durante a guerra, portanto sem relação com as vivências no terreno. Pela amostragem, aparecem quase sempre os mesmos, gente que esteve longe dos dramas e das angústias vividas no meio das matas e dos trilhos ou picadas onde o perigo das emboscadas e das minas eram o tormento de todos os minutos.
Lamentavelmente, os indícios sobre a tentativa de branquear os erros dos governantes e minimizar o desempenho dos verdadeiros combatentes são evidentes e fazem parte da vergonhosa campanha para justificar o desprezo pelos que sofreram no corpo e na alma os efeitos da guerra e são uma afronta à memória dos “nossos” mortos em combate.
Esses arautos da mentira esquecem-se que houve muitas situações trágicas que causaram a morte a mais de dez mil homens cuja missão era proporcionar segurança e bem-estar aos que trabalhavam na rectaguarda.
Depois, temos uma casta de escritos a difundir a ideia dos desertores ou cobardes proscritos pela Pátria que traíram. São enredos com palavras bonitas e bem colocadas mas vazias de conteúdo perceptível para a maioria dos portugueses que tiveram alguém envolvido numa guerra que marcou a vida duma geração e mexeu com mais de um milhão de famílias portuguesas. Fazem parte de um trabalho dirigido à elite intelectual dos senhores lobistas que vivem nas catacumbas parasitárias da cultura portuguesa; são família do mesmo lóbi que tem contribuído para agravar o definhar da sociedade, especialmente na educação e saber que são o fundamento dum povo a precisar de ideias e acções capazes de salvar o que resta dos valores da cidadania. 
Do que temos visto dos arautos da Guerra Colonial, são poucos os exemplos de patriotas com coragem para defenderem uma imagem digna dos combatentes. Curiosamente, temos dois maus exemplos nas pessoas de Manuel Alegre e António Lobo Antunes cujos textos continuam a estar na estampa, mas as suas acções públicas deixam um rasto de insultos que indignam os verdadeiros combatentes da Guerra Colonial. Destes dois “famosos” não se conhecem tomadas de posição que ajudem a resolver os principais problemas em aberto no contexto da descolonização: assistência e apoio efectivo aos traumatizados e a devolução, às terras de origem, dos restos mortais dos combatentes que ficaram nas terras remotas de África.

Valongo, Maio de 2009

Joaquim Coelho, ex-combatente em Angola e Moçambique




..
O QUE FOI NOTICIADO:

A TODOS OS HOMENS QUE ESTIVERAM NO ULTRAMAR (Principalmente em Angola),

E A TODAS AS PESSOAS QUE AINDA ACREDITAM QUE OS ESCRITORES SÓ ESCREVEM COISAS VERDADEIRAS E SÃO IMPUNES NA VIDA E NA HISTÓRIA DO PAÍS...
«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««

António Lobo Antunes e a escrita mentirosa

Custa-me encontrar um título apropriado à escrita de António Lobo Antunes que, podendo ganhar dinheiro com a profissão de médico, prefere a escrita para envergonhar os portugueses. Talvez este início de crónica escandalize quem costume venerá-lo. Eu, por maior benevolência que para com ele queira usar não posso, nem devo. Por várias razões, algumas das quais vou enunciar. Porque não gosto de atirar a pedra e esconder a mão.

Este senhor foi mobilizado como médico, para a guerra do Ultramar. Nunca terá sabido manobrar uma G-3 ou mesmo uma Mauser. Certamente nem sequer chegou a conhecer a estrutura de um pelotão, de uma companhia, de um batalhão. Não era operacional mas bota-se a falar como quem pragueja. Refiro-me ao seu mais recente livro:

João Céu e Silva pode reclamar alguns méritos deste tipo de escrita. Foi o entrevistador e a forma como transpõe as conversas confere-lhe alguma energia e vontade de saber até onde o entrevistado é capaz de levar o leitor. Mas as ideias, as frases, os palavrões, os impropérios, as aldrabices - sim as aldrabices - são de Lobo Antunes. Vejamos o que ele se lembrou de vomitar na página 391:

«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».

Penso que isto que deixo transcrito da página 391 do seu referido livro, se vivêssemos num país civilizado e culto, com valores básicos a uma sociedade de mente sã e de justiça firme, bastaria para internar este «escriba», porque todo o livro é uma humilhação sistemática e nauseabunda, aos Combatentes Portugueses que prestaram serviço em qualquer palco de operações, além fronteiras.

É um severo ataque à Instituição Militar e uma infâmia aos comandantes de qualquer ramo das Forças Armadas, de qualquer estrutura hierárquica e de qualquer frente de combate. Isto que Lobo Antunes escreve e lhe permite arrecadar «350 contos por mês da editora» (p. 330), deveria ser motivo de uma averiguação pelo Ministério Público. Porque em democracia, não deve poder dizer-se tudo, só porque há liberdade para isso. Essa liberdade que Lobo Antunes usou para enriquecer à custa o marketing que os mass media repercutem, sem remoques, porque se trata de um médico com irmãos influentes na política, ofendeu um milhão de Combatentes, o Ministério da Defesa, uma juventude desprevenida, porque vai ler estes arrotos literários, na convicção de que foi assim que fez a Guerra, entre 1961 e 1974. E ofende, sobretudo, a alma da Portugalidade porque a «aldeia global» a que pertencemos vai pensar que isto se passou na vida real nos finais do século XX.

Fui combatente, em Angola, uns anos antes de Lobo Antunes. Também, como ele fui alferes miliciano (ranger). Estive numa zona muito mais perigosa do que ele: nos Dembos, com operações no Zemba, na Maria Fernanda, em Nuambuangongo, na Mata Sanga, na Pedra Verde, enfim, no coração da guerra. Nunca um militar, qualquer que fosse a sua graduação ou especialidade, atirou a matar. Essa linguagem dos pontos é pura ficção. E essa de fazer cordões com orelhas de preto, nem ao diabo lembraria. E pior do que tudo é a maldade com que escarrou no seu próprio batalhão que tinha seiscentos militares e registou centena e meia de baixas...Como se isto fosse crível.

Se o seu comandante que na altura deveria ser tenente-coronel, mais o segundo comandante, os capitães, os alferes, os sargentos e os soldados em geral, lerem estas aldrabices e não exigirem uma explicação pública, ficarão na história da guerra do Ultramar como protagonistas de um filme que de realidade não teve ponta por onde se lhe pegue.

Em primeiro lugar esta mentira pública atinge esses heróicos combatentes, tão sérios como todos os outros. Porque não há memória de um único Batalhão ter um décimo das baixas que LoboAntunes atribui àquele de que ele próprio fez parte . É preciso ter lata para fazer afirmações tão graves sobre profissionais que para serem diferentes deste relatório patológico, basta terem a seu lado a Bandeira Portuguesa e terem jurado servi-la e servir a Pátria com honra, dignidade e humanismo.

Não conheço nenhum desses seiscentos militares que acolheram António Lobo Antunes no seu seio e até trataram bem a sua mulher que lhes fez companhia, em pleno mato, segundo escreve nas páginas 249 e 250. Mereciam eles outro respeito e outros elogios. Porque insultos destes ouvimos e lemos muitos, no tempo do PREC. Mas falsidades tão obscenas, nem sequer foram ditas por Otelo Saraiva de Carvalho, quando mandou prender inocentes, com mandados de captura, em branco e até quando ameaçou meter-me e a tantos, no Campo Pequeno para a matança da Páscoa. Estas enormidades não matam o corpo, mas ferem de morte a alma da nossa Epopeia Nacional.

Barroso da Fonte

««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««

PS de Cor. Manuel Bernardo
Não li o livro em causa. No entanto, dada a consideração que me merece este Combatente, fundador da Associação dos Combatentes do Ultramar, ousei realçar algumas frases e difundir para maior audiência na net, afim de tentar recolher opiniões de alguns dos 600 militares que este escritor refere... Assim, os "negritos" foram por mim aplicados e são da minha responsabilidade.
..
.

domingo, 26 de junho de 2011

Nosso Tempo

..
.



O TEMPO E O ESPAÇO
.
O nosso Tempo é a nossa vida, logo o ambiente é o nosso espaço para viver. Ninguém conseguirá voltar ao tempo passado, muito menos revivê-lo.
Tudo o que fizermos será inexoravelmente do passado, pelo que devemos estar preparados para assumir as consequências das nossas acções e atitudes, enquanto poderemos aprender com os erros cometidos.
No presente, podemos melhorar o futuro, mas nada podemos fazer pelo passado. Por isso, será sempre no presente que preparamos algo de útil para o futuro; e isso deve merecer o orgulho de uma vida que passa sem perda de tempo em futilidades. É preciso não esquecer que todos os minutos contam para uma vida, pelo que devemos saber aproveitá-los sem perda de tempo, para não ouvirmos aquela do tio Olavo: “Nós matamos o tempo, mas é ele que nos enterra.”
Se não és feliz no teu mundo pessoal, se não tens horizonte definido, afasta as sombras que tolhem a visão desafogada, afasta as lembranças das coisas que te causam infelicidade, abre a janela e procura seguir o melhor caminho que vires no horizonte, sem nunca desprezares os conselhos dos verdadeiros amigos.
Para mitigares os temores da noite, afasta a ideia de que a noite é um absurdo porque a alma é imortal. Se vives os problemas do passado e transportas para o futuro todo o mal que já causaram, não podes ser feliz assim, com essa carga negativa a tolher-te os dias de sol que a vida te oferta gratuitamente.
Para os mais descrentes na sua capacidade de vencer, há uma espécie de “ironia do destino”, porque vivem amarrados ao passado triste sem motivação para se libertarem do eco das más memórias. Ninguém nasce predestinado. A vida é uma sequência de escadas que teremos que subir com resignação e sabedoria.
Percorri muitos caminhos, sem medo do fim… naturalmente, tive que tomar decisões controversas, com a convicção de que a vida é uma dádiva e nós somos o projecto indefinido que precisa de ser retocado ao ritmo do tempo.
Ao longo da viagem que nos é proposta, só temos que realizar o sonho e ter fé para percorrer as distâncias com a naturalidade das nossas faculdades. Inevitavelmente, fazemos parte do mundo e teremos que evitar o enredo dos labirintos que possam prejudicar as nossas capacidades cognitivas, além de procurarmos colher nos bons exemplos os ingredientes que nos possam ajudar a avançar com coerência e respeito pelos que nos rodeiam.

Joaquim Coelho – Tempo de Reflexão

.

.